A Graça de Discernir.
Os pregadores de religião, incluindo-me entre eles e a ninguém excetuando, precisam provar que de fato são profetas e que não são nem pretendem ser charlatões. É próprio do charlatão deliberadamente enganar seus ouvintes e intencionalmente trabalhar com a meia verdade. Exemplo disso é aquele que destaca como herói da fé e modelo de fidelidade a Deus um guerrilheiro chamado Gideão que, com poucos homens disciplinados, encheu Israel de vitórias e de glórias, mas omitem seus desmando e suas desumanidades.
Charlatão é quem mostra a estrondosa vitória de Elias sobre os sacerdotes de Baal, mas esconde, depois, o frio assassinato dos 450 sacerdotes vencidos; ordens do intolerante profeta. O Deus que acendeu sua lenha toda encharcada de água certamente não ordenaria aquele massacre. Na hora do milagre o profeta se revelou homem de Deus. Quando começou a ridicularizar os sacerdotes da outra fé e quando mandou matá-los revelou-se um frio assassino. E não adianta dizer que naquele tempo era assim… Tanto não era que Samuel e Eleazar buscaram o diálogo.
Todo aquele que se diz chamado a anunciar a existência de Deus e a acentuar Jesus Cristo como o Filho, tem a obrigação de mostrar misericórdia. Toda prepotência esconde alguma incompetência. Quem não consegue dialogar com os contrários e parte ou para a mentira, para a aleivosia, para a calúnia ou para a violência, mostra que não recebeu ou não entendeu o chamado. Deus não chama ninguém para a violência. Quem o faz, não envolva Deus na sua aventura.
Fazia bem aquela senhora que lia dois jornais por dia e cinco revistas por semana. Católica, ela orava todos os dias para que Deus lhe desse discernimento. Assim, perceberia que pregador é despreparado e mente, que igreja joga com a mentira, que partido recorre à meia verdade. Já que pretendia votar e aderir à igreja mais madura procurava políticos, partidos e pregadores e grupos em quem pudesse confiar. Procurava os honestos e humildes… Se querem saber, achou! Mas teve que peneirar…! Na era do Vale-Tudo, só vale quem não quer tudo!
mensagem de Pe. Zezinho, SCJ
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