Ele nos amou primeiro!




Medite:

"Ele pôs um punhado de barro sobre o outro, até que uma forma sem vida jazesse sobre o solo...

Estava tudo em silêncio quando o Criador retirou de si mesmo algo que ainda não fora visto. "Chama-se 'escolha'. A semente da escolha".

A criação ficou em silêncio, fitando a forma sem vida.

Um anjo falou:
- Mas, e se ele...

- Se ele escolher não amar?
Completou o Criador.

- Venha, vou mostrar-lhe.

Livres do hoje, Deus e o anjo adentraram o reino do amanhã.

O anjo perdeu o fôlego diante do que viu. Amor espontâneo. Devoção voluntária. Ele nunca viu algo assim... O anjo permaneceu sem fala, enquanto atravessavam séculos de repugnância. Ele jamais vira tanta sujeira. Corações maus. Promessas rompidas. Lealdades esquecidas.

O Criador avançou no tempo, cada vez mais adiante no futuro, até chegar junto a uma árvore. Uma árvore que seria transformada em um berço. Ele até pôde sentir o cheiro do feno que o cercava...

- Não seria mais fácil não plantar a semente? Não seria mais fácil não conceder a escolha?

- Seria!
Respondeu devagar o Criador.

- Mas remover a escolha é remover o amor.

Eles entraram novamente no jardim. O Criador olhou seriamente para a criação de barro. Uma inundação de amor cresceu dentro dele. Ele morrera pela criação antes de havê-la feito. O vulto de Deus curvou-se sobre a face esculpida e soprou. O pó moveu nos lábios do novo ser. O peito levantou, rachando a lama vermelha. As bochechas encarnaram. Um dedo mexeu-se. E um olho se abriu.

Porém, mais inacreditável que o movimento da carne foi o agitar-se do espírito. Aqueles que puderam ver o inusitado arfaram.

Talvez tenha sido o vento o primeiro a dizer. Talvez o que as estrelas viram naquele momento seja o que as tem feito cintilar desde então. Talvez tenha ficado para um anjo o cochichar:

- Parece com... parece demais com... é Ele!

O anjo não falava da face, das feições, ou do corpo. Ele estava olhando dentro - para a alma.

- É eterna! - Ofegou um outro.

Dentro do homem, Deus havia posto uma semente divina. A semente de si mesmo. O Deus de poder havia criado o mais poderoso da terra. O Criador criara não uma criatura, mas outro criador. E Aquele que escolhera amar criara um que podia retribuir este amor.

Agora a escolha é nossa!



(extraído da obra "in the eye of the storm, de Max Lucado)

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